quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeira Geração de Pais que obedecem os Fi lhos ?! ou não ?



Uns dois anos atrás, o meu noivo recebeu esse email da empresa em que trabalha.Ele achou muito interessante e me encaminhou.O mais bacana que  um Juiz de Direito Vara de Execuções Penais e da Infância e Juventude que alerta para a realidade da educação presente nas famílias.Leiam com atenção e revejam suas atitudes.Eu presencio pais assim todos os dias na escola em que trabalho.Apanham de seus filhos ,acham que é normal e  que dão boa educação.Abram os olhos e desempenhem a função de pais e  responsáveis .Não sejam meros espectadores que assistem  eventos de delinquência,falta de limites  e violência.


Somos as primeiras gerações de pais,
decididos  a  não repetir  com  os filhos,
os erros de  nossos progenitores ?



E com o esforço de abolir os abusos do passado,
somos os pais mais dedicados e compreensivos,
mas por outro lado,os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O grave
 é  que estamos lidando com  crianças mais  'espertas',
ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter,
passamos de um extremo ao outro
.

Assim, somos a última geração de filhos,
que  obedeceram  a  seus pais e
 a primeira  geração de pais, que obedecem a  seus filhos.

Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que temem  os filhos.

Os últimos que cresceram sob o mando dos pais
e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E o que é pior,
os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos,
que nossos filhos nos faltem com o respeito.
À medida que o permissível,
 substituiu o autoritarismo,
os termos das relações familiares mudaram
de forma radical, para
 o  bem e  para o mal.
Com efeito, antes se consideravam bons pais,
 aqueles  cujos filhos se comportavam bem,
obedeciam  suas ordens  e os  tratavam com  o  devido  respeito.
E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.

Mas, na medida em que as fronteiras hierárquicas
 entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo,
hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem,
 ainda que poucos os respeitem.
E são os filhos quem,
agora,
 esperam respeito de seus pais,pretendendo de tal maneira,
que respeitem as suas idéias,
 seus  gostos, suas  preferências  e  sua forma de  agir e  viver.
E, além disso, os patrocinem  no que  necessitarem  para  tal fim.


Quer
 dizer; os  papéis  se  inverteram,e  agora  são os pais,
quem  tem  que agradar  a  seus  filhos
para ganhá-los e não o inverso, como no passado.


Isto explica o esforço que fazem hoje,
tantos pais e mães
para ser os melhores amigos e 'tudo dar' a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem.
Se o autoritarismo do passado,encheu os filhos de medo
de seus pais, a debilidade do presente,
os preenche de  medo e  menosprezo
 ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância,
estamos  à frente  de  suas vidas,
como
 líderes  capazes  de  sujeitá-los 
quando não  os  podemos conter e  de guiá-los,
enquanto não sabem para onde vão.
Se o autoritarismo suplanta,
o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme,
respeitosa,
lhes permitirá confiar em nossa idoneidade,  
Para   governar suas vidas
enquanto forem menores,
 porque vamos à frente,
liderando-os e não atrás,
os carregando e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos que   as  novas gerações,
se  afoguem  no  descontrole e  tédio  

no  qual está afundando uma sociedade,
que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Os
 limites  abrigam  o indivíduo.


Com
amor ilimitado  e  profundo  respeito.'




JOAMAR GOMES VIEIRA NUNES
Juiz de Direito
Vara de Execuções Penais e da Infância e Juventude -
Patos de Minas

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